quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Assunto velho, mas vale...

Já passava das seis da tarde quando estacionamos o carro. Foi aqui que senti aonde havia chegado. Estacionamento cheio, inflacionado e colorido. O Mineirão reluzia e, verde e amarelo, sim, eram as cores. Luzes de todos os ângulos coloriam aquilo que seria um espetáculo grandioso.

No final da “Catalão” já se podia perceber o clima. Bandeiras, cornetas, buzinas, policiais, tudo preparado. Tudo certo. Tudo perfeito. A escultura, que o nome agora me fugiu, estava colorida. Ela voava rumo ao campo.

E com ela, todos voavam. Adentrei o estádio já eram quase sete e pude perceber muitas diferenças que ficarão para sempre. A forma com que tudo acontecia, os mínimos detalhes olhados, ajustados. Prontos.


Tudo era belo. O Mineirão ia enchendo aos poucos, quando nada menos que Pedro Bial anuncia o início da festa. Acredito que todos estavam ali mais pela festa, pela alegria, pelo glamour. O jogo, ah o jogo! Sim, importava, mas era coadjuvante naquela peça há muito programada.

Que Aécio Neves não dá ponto sem nó novidade não é para ninguém. Mas, chega de delongas e vamos ao que interessa. Oito horas. Rogério Flausino e sua trupe entram, cantam algumas músicas, empolgam alguns torcedores, mas talvez eles tenham atuado como o Brasil. Na retranca. Pedro Bial volta, anima um pouco a torcida, que ainda acanhada esboça um “leleô”, em meio a hinos e música de clubes mineiros. O Pelé é homenageado e com ele, nada mais esperto e pensado, entra o mestre da festa. O verdadeiro Rei da noite. O governador, depois de festa nas Mangabeiras, de calça jeans e tênis, como todo bom torcedor.

Agradecem os reis. Pelé fala pouco, para alegria de todos. Aécio, também pouco, porém, palavras de um disco arranhado que ninguém, nem a criança de colo que há poucos metros de mim estava cansou de ouvir. Não que todos apóiem, mas vindas dele e não de Fernanda Montenegro são mais esperadas. Sim Brasil, Minas Avança.

Chegou a hora do jogo. Seria melhor pular essa parte, mas como todo bom jornalista tentarei descrevê-lo. De forma curta. Rápida. Objetiva. Vamos lá. Dunga, coitado, começou com um time que podemos pensar: dos males o menor. O time jogou bem, correu, seria uma belíssima atuação não fosse do Brasil, que estivéssemos falando. Para a seleção da Romênia, jogasso. Como o Dunga, a seleção de anões, pouco criou. Adriano jogava, como um bonde, corria, suou a camisa e foi substituído. Ao contrário de Robinho, que estava mal no jogo e ficou até o final. O nome de Pato foi gritado várias vezes e, o único pato que fez parte da festa fora ele: Dunga. Que teimou, não deu espaço para o menino, colocou Luis Fabiano e fora chamado de “burro”, “jumento”. Músicas como “adeus Dunga” foram clamadas algumas várias vezes. 

Para mim, isso não seria necessário se pensássemos que ele está ali como um mascote. Como um representante morto e nulo de Ricardo Teixeira. Que, como todos sabem, prefere um técnico omisso, sem tanto preparo ou força de briga, de enfrentamento. Porque Wanderley Luxemburgo não assume a seleção? Por esse mesmo motivo. E, ainda cito: Muricy Ramalho, Mano Menezes e vários outros. Porque eles não estão lá? Dunga jamais fora técnico de nada. Conversando na saída, a caminho do carro, escuto uma outra boa frase: “Calma, o que esperar do Dunga? Ele nunca foi técnico de nada, nem de informática, como vai coordenar a seleção? Como vai explicar o que deve fazer um Alexandre Pato, um Robinho, um Adriano?” Bom para o melhor jogador do mundo, que segundo o técnico, não faz falta alguma à nossa seleção. Que não é minha. É dele. Bom para ele que está curtindo o filho e rindo às escuras.

No intervalo, foi a vez de Skank. Cantaram pouco tempo. O bastante para serem chamados algumas vezes pelos torcedores, a fim de trocar o futebol “tão esperado” pelo show novamente. O que não teria sido nada ruim. Daria Brasil. Só aqui daria Brasil. Apesar de bicho de boca grande não entrar, Gal Costa também foi à festa no céu. Cantou o hino assim, do jeito Gal de ser. Bonito. Deu para arrepiar.

E foi com tristeza e um tom de revolta que os torcedores “mortais” deixavam, aos poucos o Mineirão. Os “incríveis” continuariam ali por algumas horas. Seguiriam para outras festas. Conversariam sobre tudo. Escutariam diversos assuntos. Apenas um era proibido: o futebol. Não pela tristeza da atuação, mas pela sua real importância.

Algumas dúvidas pairaram sob minha cabeça. Porque Aécio e seus súditos esqueceram de trabalhar o marketing e o trabalho daqueles 11 que ficaram tentando correr por 90 minutos? Ele cuidou de tudo. Preparou como um chefe prepara seu prato predileto. Faltou algum ingrediente. Até o juiz, dos 3 pênaltis, era o mesmo. Acho que o apito dele mudou de lado. Riquelme bateu mais de seis vezes sua temida falta. Mas, quanto à posição do gol e a força cósmica, não sei Aécio os contactou.

Quem sabe Minas abre a Copa de 2014? Fácil saber. Esperaremos as eleições de 2010. Aliás, não sejamos ingênuos. Esperaremos a confirmação de algumas poucas candidaturas.

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