quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A cestinha de bambu do Sô Segundo Sulmonetti

"Nada mais doce, romântico, bonitinho e curioso do que as cestas de bambu vindas das fazendas nos braços dos fazendeiros. Geralmente elas vem cobertas por um pano de prato deixando as pessoas aflitas para saber o que contém dentro das interessantes cestinhas. Meu vô Gustavo no Carmo do Rio Claro todas as vezes que vinha do cafezal trazia cestas grandes e pequenas e até balaios abarrotados de frutas e. Na rua do Colégio o mesmo acontecia com Sô Nestor Vilela Lemos descendo do jeep verde escuro coberto de barro no tempo das chuvas, me lembro do Sô Diu de chapéu e cigarro na boca chegando em casa e também carregando a tal cestinha.

O tempo passa, os critérios mudam, os valores modificam as épocas, a modernidade altera o comportamento humano deixando tudo frio, cáustico, ácido e metálico, mas a cestinha de bambu continua nos braços dos fazendeiros quando todas as tardes o sol mancha de um tom alaranjado bonito feito um poema de vida. Quantas vezes estou sentado na portaria do Credi Real, onde moro, e mesmo entrando ou saindo do prédio encontro Sô Segundo Sulmonetti carregando a mesma cestinha das minhas lembranças infantis e tudo volta como um sonho.

Sô Segundo sempre de chapéu, roupa clara estalando de limpa, carinha boa, sóbrio e educado tratando a todos com delicadeza e educação. O interessante que o neto Giovanni que ajuda o avô na fazenda, também carrega a cestinha como o avô como se levasse nos braços um imenso tesouro. Laranjas, limões ovos, verduras e muita vida, são esses os ingredientes das cestas de bambu que Sô Segundo Sulmonetti tenha sempre em suas mãos a cestinha de bambu mágica repleta de esperança."

Gustavo Lemos - para Folha da Manhã - 08/08/08

2 comentários:

Anônimo disse...

A cestinha do So Segundo está cada vez mais cheia de vida. O homem é um monstro sagrado.
Valeu.

Anônimo disse...

A cestinha do So Segundo está cada vez mais cheia de vida. O homem é um monstro sagrado.
Valeu.